SUKIEANDO PELA NET

Observo e me movo no mundo, gosto de comentar o que vejo, o que escuto, o que sinto e gosto de saber das diferentes visões que as pessoas têm sobre um mesmo assunto. Todas as opiniões são livres de qualquer julgamento... São opiniões e ponto.

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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

UMA OUTRA HISTÓRIA DE JOÃO E MARIA



João e Maria não eram irmãos e nem experimentaram uma casa de chocolates, embora quando se casaram tinham castelos de sonhos e tudo era lindo e paradisíaco.
Com o tempo, Maria engordou e sua preocupação maior era o que faria para o jantar. Às vezes, ficava uns bons minutos em frente à geladeira decidindo o que fazer, para não repetir os mesmos pratos do dia anterior.
João adquiriu uma barriguinha de chope e ao chegar em casa, tirava os sapatos e desabava no sofá até que a esposa preparasse o jantar...
Os filhos, já casados, só iam visitá-los no fim de semana. Os dias passavam iguais... Estavam tão acostumados à rotina que nem lembranças dos tempos de namoro tinham mais. Poucas vezes se questionavam sobre paixão, amor e raramente se davam ao prazer de beijinhos. Sexo era artigo abolido da lista de afazeres. Por um tempo era obrigação e agora, nenhum deles se obrigava a nada. João assistia a filmes na televisão e Maria bordava panos de prato.
Raramente conversavam, a não ser sobre compras, visita dos filhos, cansaço do trabalho. Há muito tempo não riam juntos, mas isso não incomodava. Cada um vivia a sua vidinha, com suas manias... Maria tinha mania de comprar panelas e pratos novos e João de perder suas meias ao espalhá-las pela casa. Maria remendava suas calcinhas furadas e João largava suas cuecas no Box do banheiro...
Quem olhava o casal poderia pensar: Êita vidinha mais besta, meu Deus! Mas não era bem assim. Maria sempre fazia um prato especial para o marido e deixava suas cervejas gelando para quando ele chegasse em casa do trabalho. Por sua vez, João sempre trazia uma revista nova de bordado para Maria. E Jamais, um saia de casa sem o outro para passear. Se bem que os passeios se resumiam a festas em casa de parentes.
Era uma vidinha feliz, sem preocupações e sem maiores despesas... Maria quando pensava em João, enaltecia: É um homem bom. Honesto e trabalhador. E João quando pensava em Maria, ponderava: Boa esposa, cozinha bem... Não tinham o que se chama de paixão, mas eram felizes assim... Era o tipo de felicidade que conheciam. Tranqüilidade, gostos caseiros e sempre podiam contar com a presença do outro no lar. Era tão certo que um encontraria o outro, como apostar que na pia tem torneira e no banheiro tem chuveiro.
Eram mais que marido e mulher. Eram amigos, quase irmãos... E se alguém perguntasse sobre a felicidade do casal, respondiam de pronto: Somos felizes sim, graças a Deus. E era verdade. Nenhum deles saberia o que fazer na ausência do outro. Era um tipo de amor! E todo amor vale a pena. O que para muitos pode parecer pouco é o máximo do universo que alguns podem conhecer. Felicidade é também uma questão de conhecimento e comparação. João e Maria eram felizes com a felicidade que conheciam e não comparavam essa felicidade com a de ninguém. Êita vidinha boa, meu Deus...

luciasukie

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