Teve um dia em que a Natureza acordou triste e cansada...
O sol se fechou entre as nuvens e elas escureceram...
O vento soprou nervoso, sibilando entre as copas das árvores,
Que tentavam manter suas raízes ao solo, em vão...
Em alvoroço, os homens procuraram o abrigo de suas casas.
De repente um raio cortou o céu negro, num clarão pavoroso
Fez-se presente a voz de um trovão em graves notas de fúria.
O vento parou, nuvens negras pairaram abafadas, sobre a Terra
Nesse momento, como que de joelhos a Natureza chorou...
A sua tristeza inundou a Terra formando rios caudalosos...
Varreu para longe o concreto que lhe impuseram como manto.
Derrubou encostas como se pedisse respeito, dignidade...
Chorou em silêncio, dias inteiros e ninguém ousou interromper...
O que se ouviu, foram invenções humanas em protesto...
Concretos levados por enxurradas, casas destelhadas
Pontes derrubadas, carros à deriva, homens em desolação!
A Natureza chorou e nem secou seu pranto... Nada mais a comoveu...
Em todo lugar, até onde a vista pudesse alcançar, apenas o caos...
E homens choraram suas perdas, perdidos em seus pequenos mundos
E nem perceberam que o pranto cansado e desiludido da Natureza
Foi porque no coração dos homens, o amor à Natureza morreu!
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