O que há de melhor, sempre ganhei da vida...
Nem foi preciso pedir...
Então porque essa angústia, desse querer sem motivo,
Nesse buscar insano, sem causa nem endereço, sem data?
Essa insatisfação que rasga e dilacera o peito,
Tira a razão e leva-me a agir impaciente, desgovernada?
Por mais que procure um motivo, ao encontrá-lo, não basta...
Que respostas eu busco, se não há sequer uma pergunta?
Viro-me do avesso, em frente e verso e procuro...
Alma desnuda. Exponho-me, corro perigos...
Visito os becos e labirintos do meu desejo mais íntimo
E é apenas inquietação que eu vejo...
A cada descoberta quero mais a descobrir...
Onde achar um descanso, uma parada?
Talvez se escutasse o silêncio, o ouvisse com sabedoria...
Quem sabe fosse essa a resposta muda, cúmplice, íntegra,
Para meus anseios, minhas angústias...
Não é necessário um motivo... Não são necessárias respostas...
Em tudo que se realize, a angústia não é do fazer, nem do buscar em si...
A insatisfação íntima que surge, rasga, urge e dilacera a alma,
É, na verdade, o sofrimento pérfido do querer explicar o inexplicável,
Nomear o inominável e dominar o indomável...
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