Tardes de verão...
Tudo anunciava tempestade...
O mormaço estático, abafado...
A vida que não encontrava espaço dentro de si...
Tentou ler, não conseguiu...
Com o controle remoto, visitou todas as estações da TV a cabo...
Pensou em ligar para uma amiga: Desistiu...
Ao longe um raio cortou o céu...
Foi para a rua e chuva caiu...
Ela fechou os olhos, levantou o rosto para o céu e abriu os braços...
E ficou assim, de braços abertos, rodopiando debaixo da chuva...
Quem a via de longe não sabia se ria de felicidade ou se chorava para espantar a dor...
Chuva bendita, lavou cabelos, alma e coração...
Entrou em casa, tomou um banho gelado, revigorante, cantarolou...
Fez uma linda trança nos cabelos e entremeou-as com pequeninas flores...
Colocou uma música e fez suco de abacaxi com hortelã...
Olhou pela janela a chuva que ainda caía com um sorriso bobo nos lábios...
Refrescante, essa insustentável leveza de ser...
luciasukie
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