SUKIEANDO PELA NET

Observo e me movo no mundo, gosto de comentar o que vejo, o que escuto, o que sinto e gosto de saber das diferentes visões que as pessoas têm sobre um mesmo assunto. Todas as opiniões são livres de qualquer julgamento... São opiniões e ponto.

fib amar

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FIB- Feliz amando amar o amor feliztar enamorar

domingo, 24 de julho de 2011

DEVANEIOS...

Quero flores amarelas pelos meus caminhos
Em meus cabelos quero miosótis e chuvas de ouro
Na minha cesta de pic-nic, queijos, frutas e vinhos
E uma toalha xadrez à sombra de um manacá da serra
Quero um vestido rodado da cor de maçãs
E sapatos que brilham ao sol como verniz...
Por perto passarinhos, esquilos e animaizinhos da floresta.
Entre rodopios cantarei: Quem quiser ser feliz...
Basta apenas sorrir e cantar... Singela canção...
Quando o sol raiar...
E me sentirei princesa, Branca de Neve em fofas nuvens...
Sorrindo toda tola de felicidade!

NA PONTA DOS PÉS

Plantei uma flor, linda, perfumada e ninguém colheu...
Pintei uma lua no céu e ela brilhou para um amor que não foi meu...
Abri as janelas e espalhei luzes coloridas de amor...
Todos dormiam. Ninguém viu e amanheceu...
Meu olhar vagueia, foge, passeia...
E ouço o silêncio calmo do meu coração...
Lá ao longe, um galo anuncia um novo dia...
E eu sigo andando pela vida na ponta dos pés...

luciasukie

quarta-feira, 13 de julho de 2011

ENCANTADAS


Minhas mãos estão absolutamente encantadas. Através delas, estou descobrindo a textura da argila e o respeito e o cuidado que ela merece ao ser manuseada! Ao mesmo tempo em que a envolvo nas mãos, sou totalmente envolvida por ela. Ao modelar, a cada toque, sou eu quem me reviro do avesso em sensações e sentimentos. A ela, resta então, guardar a memória das minhas mãos, meus movimentos e captar a força emocional que nos une, numa obra única.
De início blocos minerais pedregosos cristalinos ou arenosos e retornados ao pó. Mistura perfeita. Aos poucos, homogeneizada ao líquido supremo da vida, cristalina água, sem desperdício, em gotas exatas. Nem mais nem menos. O ponto de equilíbrio a que se destina. Flexível, mas nem tanto. Moldável, mas com vontade própria. Voluntariosa e capaz de memorizar cada passo, cada movimento e deixar impresso em sua forma, a formulação, os movimentos, a concepção.
Mãos, água e argila juntando conhecimento e sentimento. Equilíbrio entre razão e emoção. Harmonia, leveza e envolvimento! Já não sei se sou eu quem a descubro ou se é ela que me revela!
Com toques delicados e precisos, conheço-lhe os contornos, as texturas. Descobrimos o seu melhor movimento em um momento único de comunhão e simbiose. Quando a olho é como se estivesse esperando por ela há muito tempo. É como se ao tocá-la, ela ganhasse vida e revelasse, em sua forma, os segredos que já são nossos e não apenas meu! Sem pudores, transbordando em sentimentos e à mostra ao observador mais atento. Entregues à leitura dos olhares, dos toques, do olfato daqueles que, sem medo, se permitem a nos conhecer.

SAUDADE

A saudade é tanta que às vezes tenho ímpetos de mergulhar em teus sonhos só para sentir o perfume das rosas que espalhastes pelos meus caminhos...
Seguir teus passos, me enroscar em teus abraços, sentir o calor de teus carinhos...
Sentir o suspiro de tua alma ao saber que contas as mesmas estrelas que eu, enquanto a lua inventa uma linda história para nós...
Ouvir os barulhos da noite e imaginar se teus sonhos visitam os meus...
É tão infinita a saudade, que já nem dói tanto... É como um anestésico lento, que vai passando aos poucos, incômodo, indefinível, desmemoriado...
Às vezes nem tenho certeza se as lembranças que tenho não são apenas histórias sonhadas, inventadas de várias maneiras de te ver chegar, de te ver sorrir, de te sentir me amar...
Ah... Tenho tantas saudades... E as maiores saudades estão nas coisas que sonhei pra ti, junto a mim, de um jeito que só eu vi. Essas, eu revejo na memória e invento em teus lábios palavras doces com sabor de beijos...
Reinvento nossa história e a melhoro a cada dia para que o melhor de ti não se despeça de dentro mim...

luciasukie

segunda-feira, 11 de julho de 2011

BEIJOS PARA DEPOIS...

Estava frio. Era começo de inverno e seu coração também necessitava aquecer-se. Há dias não tinha notícias de Edimundo. Nem ao menos um telefonema, Estava com muitas saudades, mas respeitava o seu afastamento e o seu silêncio repentino.
Foi até à praça onde ele costumava passear todas as manhãs, onde ficava por horas, com sua gata Samira lhe rodeando as pernas, enquanto dava milho aos pombos e sentava-se no seu velho banquinho de praça cumprimentando a todos que passavam, ou contando as nuvenzinhas no céu enquanto apreciava o canto dos pássaros.
Francisca deu um suspiro e olhou aquele céu azul puríssimo, sem nenhuma nuvenzinha sequer. Sorriu... Até as nuvenzinhas sumiram...
De repente, sentiu duas mãos leves sobre seus olhos e aos tocá-las, sentiu o calor daquelas mãos firmes que achava tão lindas. Sem se virar, colocou as mãos sobre as dele e então ele acariciou o seu rosto e ela fechou os olhos, jogando a cabeça para trás... Quando abriu os olhos, estava de frente para ele com as mãos nos seus ombros...
Edimundo olhou Francisca profundamente, como se só existissem os dois naquela pracinha e deslizou as mãos pelos seus braços e os dois se deram as mãos. Edimundo encostou a sua testa na dela, beijou-lhe os olhos devagar, brincou com seu nariz tocando-o com o nariz dele e então a abraçou forte e desatou num choro sentido. Apertava-a nos braços e soluçava de dor. Naquele momento parecia um menino desamparado... Chorava descompassado e a apertava em seus braços como quem procura um cantinho pra ficar, quietinho ou chorar...
Francisca levou-o para o banquinho de praça, sentaram-se e ela o aninhou em seu peito, acariciando seus cabelos e enxugando seus olhos com um lencinho com cheiro de rosas. Aos poucos parou de chorar e Francisca se deu conta que ele estava só... O motivo de tanto choro deveria ser pela gata, companheira inseparável de seus passeios. Ela segurou a cabeça de Edimundo, carinhosa, com as duas mãos suaves e com os olhos brilhantes e ternos balbuciou: - Samira?
Segurando novo soluço, Edimundo apenas balançou a cabeça afirmando que sim e apoiou a cabeça nos ombros de Francisca, como querendo ficar transparente ou se esconder dentro deles. Francisca o abraçou e deu-lhe um beijo na cabeça. Ficaram assim por muito tempo, até que Edimundo levantou a cabeça, olhou-a nos olhos e disse: - Atropelada...
Edimundo abraçou Francisca, como um menino perdido que abraça a mãe e deu um beijo em sua bochecha... Francisca sorriu... Nada de beijos ardorosos de amor... Nesse momento ele não a via apenas como a mulher amada. Enxergava-a como um porto seguro, extravasando seus sentimentos, sem precisar fingir uma força que não tinha...
Os beijos que Francisca tanto sonhava teriam que ficar para depois...

luciasukie

MARAVILHOSAMENTE A SÓS

Estavam a sós...
Juntos e em total solidão...
Dividiam o melhor dos silêncios...
Havia uma aura de felicidade que os envolvia como se fosse uma pequena fresta de cumplicidade que não dá e nem cobra nada! Só a sensação maravilhosa do nada... Sem necessidade de ter com o que preencher.
A sós se bastavam e era maravilhoso estar a sós a dois...
Ao fundo apenas o farfalhar das asas da cotovia, que compenetrada, sugava o néctar das flores e nem se dava conta da solitude dos dois.
Mais adiante um sapo coaxou e houve um cricrilar de grilos...
Entardeceu, e o reflexo do sol banhou-se nas águas do riacho...
Então, os dois se deram as mãos e rodopiaram e riram tanto até cair...
O céu rodava e as primeiras estrelas apareciam para espiar os dois...
Se havia algo de perfeito, esse momento era de rara perfeição...
Como se fosse um código secreto, juntos, os dois deram um suspiro de inegável satisfação...

luciasukie